segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Raizes profundas

Num deserto imensurável,
vive um coração amargurado.
De pétalas pálidas e caule murcho,
lançando raízes em busca d’água.

Caule arriado com desvalidas pétalas,
aprofundando raízes,
nas areias cálidas,
sedento, quase desesperado.

Solo adentro, raízes avançando,
perfura as profundezas d’alma,
que é só secura sem acalento,
desespero que não se acalma.

Sobre areia, o sol causticante,
sob ela, raízes fatigadas
por água que não encontra,
em sua busca incessante.

Quando encontrá-la se embriagará,
pois sua sede é enorme.
Num só trago tomará,
se encharcando a ver se some.

Enquanto isso só raízes,
de caule franzino e moribundo.
Olhando aquele arbusto,
não se imagina quão é profundo.

Sou um arbusto no mundo,
no deserto de minh’alma,
as raízes minhas dores,
cada vez mais profundas.

Minha busca é uma sede,
de água doce serena,
de uma verdade real,
de vida que valha a pena.

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